Roberto Gomes dos Santos Júnior, de 34 anos, foi agredido em abril, vítima de crime de ódio, e decidiu antecipar retorno ao Brasil. Funcionário da embaixada diz que não é papel da representação questionar sobre casos específicos, mas embaixador deve se encontrar com prefeito de Dublin e cobrar posicionamento. Foto do brasileiro agredido no dia e como ficou a cicatriz 3 meses depois
Arquivo pessoal
O carioca Roberto Gomes dos Santos Júnior, de 34 anos, agredido na cabeça por um homem desconhecido na Irlanda, em 13 de abril (relembre a história abaixo), afirmou ao g1 que ainda busca solução sobre seu caso e que, nos últimos três meses, não teve apoio completo da Embaixada e da polícia local.
“Eu me sinto impotente e injustiçado. Não há interesse em resolver o meu problema. Como ninguém me responde direito, eu não consigo saber se a Garda (Polícia irlandesa) foi realmente atrás”, declarou.
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Após a agressão, a Embaixada brasileira no país pediu uma audiência com a polícia local, que prometeu analisar o caso. O g1 entrou em contato com a Garda para confirmar se houve de fato uma investigação, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.
O ministro-conselheiro da Embaixada, Felipe Costi, declarou que não é função do embaixador cobrar casos específicos.
“Imagine se tivermos que perguntar para a polícia cada situação que acontece aqui, temos 60 mil brasileiros”, afirma Costi.
A Irlanda é o sexto país europeu com mais brasileiros.
Ele destacou também que os oficiais não são obrigados a passar detalhes das investigações, pois existe a Lei de Proteção de Dados. “Teria que partir dele [Santos Junior] saber em que pé está o caso, e seria importante ele estar na Irlanda para cobrá-los”.
O carioca voltou a morar no Brasil em 9 de maio, menos de um mês depois do ataque. Ele contou que pretendia ficar no país até o fim do verão – entre setembro e outubro –, mas o medo de sofrer outro ataque o fez vir antes para casa.
Um dia antes de voltar, ele foi ao prédio da Garda para informar que retornaria ao Brasil e deixou um e-mail, solicitando que eles entrassem em contato caso tivesse alguma atualização da investigação – ele não recebeu nenhum retorno desde então.
Costi afirmou também que o Santos Junior teria a opção de contratar um procurador para pressionar a polícia local, além de entrar em contato com a Embaixada com mais frequência.
Santos Junior entrou em contato recentemente com Marcelo Biato, embaixador do Brasil na Irlanda, na quinta-feira (18). Ele recebeu a seguinte resposta: “Bom dia, Roberto. Lamento muito essa situação. Estive com o chefe da polícia de Limerick e não tive nenhuma novidade. Não sou otimista em que consigamos avanços. Por isso, já tenho previsto encontro com o prefeito recém-lançado [empossado] da cidade para cobrar posicionamento. Te mantenho informado. Um abraço”.
Ao g1, o ministro-conselheiro da Embaixada acredita que a resposta dos oficiais condiz com o esperado até o momento.
Houve uma promessa de investigação, mas não sei até que ponto. É aquela questão, a Garda tem vários casos para investigar. E se o agressor não foi identificado, eu acredito que vai ficar por assim. Eu não vejo a polícia fazendo um esforço para descobrir uma pessoa que atacou um brasileiro, que saiu do país”, disse Costi.
O carioca afirmou que só voltaria para a Irlanda se fosse para rever amigos ou responder sobre o caso, não mais para morar. “Eu não estou 100% psicologicamente; ainda tenho lapsos do que aconteceu”.
RELEMBRE: Homens agridem brasileiros na Irlanda e postam ataques no TikTok
Agredido por ser brasileiro
Em 13 de abril, Santos Junior saía do trabalho com o irmão quando um homem interrompeu a caminhada dos dois e perguntou: “De onde vocês são?”. Ele e o irmão responderam serem do Brasil e perguntaram ao interlocutor de onde ele era. Imediatamente, o agressor pegou um objeto dentro do casaco e o atingiu na cabeça.
“Assim que ele me acertou, eu já corri algo em torno de cinco metros para fugir do local. Meu irmão seguiu brigando com o irlandês. Quando percebi, estar jorrando sangue e gritei: “corre porque eu estou morrendo, estou sangrando”.
No mesmo dia, realizou um boletim de ocorrência dentro do hospital, apesar de não ter conseguido descrever a fisionomia do agressor. Ele lembra apenas do homem ter cerca de 40 anos e ser uma pessoa alta.
Dias depois, entrou em contato com a Embaixada, que ofereceu ajuda com advogados e psicólogos – Porém, seria apenas uma consulta gratuita, caso precisasse de mais ajuda, teria de arcar com os custos.
“É um serviço para toda a comunidade e não conseguiríamos pagar para todos os casos. Oferecemos uma primeira consulta e se acharmos que é grave, podemos sugerir que façam mais consultas. A gente não teria como custear para todos os casos” afirmou o ministro-conselheiro da Embaixada do Brasil na Irlanda.
Brasileiro agredido na Irlanda
g1 Roberto Gomes dos Santos Júnior, de 34 anos, foi agredido em abril, vítima de crime de ódio, e decidiu antecipar retorno ao Brasil. Funcionário da embaixada diz que não é papel da representação questionar sobre casos específicos, mas embaixador deve se encontrar com prefeito de Dublin e cobrar posicionamento. Foto do brasileiro agredido no dia e como ficou a cicatriz 3 meses depois
Arquivo pessoal
O carioca Roberto Gomes dos Santos Júnior, de 34 anos, agredido na cabeça por um homem desconhecido na Irlanda, em 13 de abril (relembre a história abaixo), afirmou ao g1 que ainda busca solução sobre seu caso e que, nos últimos três meses, não teve apoio completo da Embaixada e da polícia local.
“Eu me sinto impotente e injustiçado. Não há interesse em resolver o meu problema. Como ninguém me responde direito, eu não consigo saber se a Garda (Polícia irlandesa) foi realmente atrás”, declarou.
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Após a agressão, a Embaixada brasileira no país pediu uma audiência com a polícia local, que prometeu analisar o caso. O g1 entrou em contato com a Garda para confirmar se houve de fato uma investigação, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.
O ministro-conselheiro da Embaixada, Felipe Costi, declarou que não é função do embaixador cobrar casos específicos.
“Imagine se tivermos que perguntar para a polícia cada situação que acontece aqui, temos 60 mil brasileiros”, afirma Costi.
A Irlanda é o sexto país europeu com mais brasileiros.
Ele destacou também que os oficiais não são obrigados a passar detalhes das investigações, pois existe a Lei de Proteção de Dados. “Teria que partir dele [Santos Junior] saber em que pé está o caso, e seria importante ele estar na Irlanda para cobrá-los”.
O carioca voltou a morar no Brasil em 9 de maio, menos de um mês depois do ataque. Ele contou que pretendia ficar no país até o fim do verão – entre setembro e outubro –, mas o medo de sofrer outro ataque o fez vir antes para casa.
Um dia antes de voltar, ele foi ao prédio da Garda para informar que retornaria ao Brasil e deixou um e-mail, solicitando que eles entrassem em contato caso tivesse alguma atualização da investigação – ele não recebeu nenhum retorno desde então.
Costi afirmou também que o Santos Junior teria a opção de contratar um procurador para pressionar a polícia local, além de entrar em contato com a Embaixada com mais frequência.
Santos Junior entrou em contato recentemente com Marcelo Biato, embaixador do Brasil na Irlanda, na quinta-feira (18). Ele recebeu a seguinte resposta: “Bom dia, Roberto. Lamento muito essa situação. Estive com o chefe da polícia de Limerick e não tive nenhuma novidade. Não sou otimista em que consigamos avanços. Por isso, já tenho previsto encontro com o prefeito recém-lançado [empossado] da cidade para cobrar posicionamento. Te mantenho informado. Um abraço”.
Ao g1, o ministro-conselheiro da Embaixada acredita que a resposta dos oficiais condiz com o esperado até o momento.
Houve uma promessa de investigação, mas não sei até que ponto. É aquela questão, a Garda tem vários casos para investigar. E se o agressor não foi identificado, eu acredito que vai ficar por assim. Eu não vejo a polícia fazendo um esforço para descobrir uma pessoa que atacou um brasileiro, que saiu do país”, disse Costi.
O carioca afirmou que só voltaria para a Irlanda se fosse para rever amigos ou responder sobre o caso, não mais para morar. “Eu não estou 100% psicologicamente; ainda tenho lapsos do que aconteceu”.
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Agredido por ser brasileiro
Em 13 de abril, Santos Junior saía do trabalho com o irmão quando um homem interrompeu a caminhada dos dois e perguntou: “De onde vocês são?”. Ele e o irmão responderam serem do Brasil e perguntaram ao interlocutor de onde ele era. Imediatamente, o agressor pegou um objeto dentro do casaco e o atingiu na cabeça.
“Assim que ele me acertou, eu já corri algo em torno de cinco metros para fugir do local. Meu irmão seguiu brigando com o irlandês. Quando percebi, estar jorrando sangue e gritei: “corre porque eu estou morrendo, estou sangrando”.
No mesmo dia, realizou um boletim de ocorrência dentro do hospital, apesar de não ter conseguido descrever a fisionomia do agressor. Ele lembra apenas do homem ter cerca de 40 anos e ser uma pessoa alta.
Dias depois, entrou em contato com a Embaixada, que ofereceu ajuda com advogados e psicólogos – Porém, seria apenas uma consulta gratuita, caso precisasse de mais ajuda, teria de arcar com os custos.
“É um serviço para toda a comunidade e não conseguiríamos pagar para todos os casos. Oferecemos uma primeira consulta e se acharmos que é grave, podemos sugerir que façam mais consultas. A gente não teria como custear para todos os casos” afirmou o ministro-conselheiro da Embaixada do Brasil na Irlanda.
Brasileiro agredido na Irlanda
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