O presidente da Assembleia Legislativa (ALE-RR), deputado Soldado Sampaio (Republicanos), recebeu pacientes da Clínica Renal de Roraima para discutirem demandas relacionadas ao tratamento de hemodiálise no Estado que está comprometido por falta de estrutura, profissionais e atendimento.
As ameaças de fechamento da clínica também são fatores preocupantes aos pacientes, devido às constantes dívidas do governo com a unidade de saúde, que presta serviço para o Estado. A última paralisação de serviço ocorreu de 14 a 19 de fevereiro. Conforme a empresa, a dívida passa de R$ 10 milhões acumulados desde 2022.
Sampaio destacou que Roraima enfrenta um sério problema no setor de saúde, principalmente porque envolve risco de vida de pacientes. São mais de 300 pessoas que dependem de hemodiálise para sobreviver.
“É uma situação muito séria e urgente porque o paciente de hemodiálise precisa fazer a terapia renal de dois a três dias por semana. Se ficar mais tempo, é provável que ocorra o óbito, então é algo que precisa ser resolvido urgentemente.”
Ele acrescentou que a Assembleia Legislativa vai seguir com tratativas a fim de solucionar os transtornos.
“O governo simplesmente não consegue se relacionar com a clínica e não paga, e a empresa informou que não tem mais condições de fornecer o serviço. E nessa ‘queda de braço’ o cidadão é penalizado”, enfatizou.
O presidente da Comissão de Saúde, deputado Dr, Claudio Cirurgião, também participou da reunião, assim como os deputados Marcinho Belota e Éder Lourinho. Claudio informou que a comissão se reunirá nesta quarta-feira (19), às 9h, para dar andamento às tratativas do caso.
“Convocamos a reunião com participação de representantes da clínica, do governo e do Ministério Público para encontrar uma solução. Esse problema tem se tornado crônico no Estado e a Assembleia Legislativa precisa se posicionar e tomar providências para a resolução dessa situação”, acrescentou.
Paciente há nove anos, Francisco da Silva aguarda por um transplante. Mas, enquanto isso, precisa fazer a terapia renal.
“É muito complicado esperar o transplante em Roraima, então a solução é fazer em outro estado ou ficar na hemodiálise, mas nem todo mundo tem condições de se deslocar, e a clínica precisar fechar as portas é algo muito grave”, disse.
Durante a reunião, os pacientes relataram situações como falta de nefrologista, que é o médico especialista no diagnóstico e tratamento de doenças do sistema urinário e dos rins, o que torna o serviço inadequado.
Também pediram por melhoria das refeições ofertadas e da estrutura, para deixar o ambiente mais confortável. Outra demanda foi a melhora na coordenação dos atendimentos e um bloco público maior para realização da hemodiálise. Atualmente, o Hospital Geral de Roraima (HGR) oferta o serviço, mas não comporta grande demanda.
Texto: Bruna Cássia
Fotos: Márcio Magalhães
SupCom ALE-RR
