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Roraima lidera número de assassinatos de indígenas em 2023, aponta relatório do Cimi  

Levantamento é do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Ao todo, em 2023, foram 47 assassinatos. Roraima lidera número de assassinatos de indígenas em 2023, aponta relatório do Cimi
Roraima liderou o número de assassinatos de indígenas em 2023 com 47 casos, de acordo com o relatório “Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil”. O levantamento é do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
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📊 Ao todo, em 2023, foram 208 assassinatos no Brasil. Roraima representa 22,6% do total de assassinatos (veja os números nos últimos cinco anos mais abaixo). Também estão no ranking os estados Mato Grosso do Sul (43) e Amazonas (36), ambos na Amazônia Legal.
Os dados do Cimi são obtidos junto à Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), o Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM), às secretarias estaduais de saúde e de informações obtidas junto à Sesai via Lei de Acesso à Informação (LAI). O relatório foi lançado na última segunda-feira (22).
O documento destaca a morte do agente de saúde Yanomami, que morreu em abril do ano passado durante um ataque a tiros de garimpeiros na comunidade Uxiu. Na mesma ocasião, outros dois jovens ficaram feridos e um deles morreu quatro meses depois devido aos ferimentos causados pela bala.
Ao mencionar os casos de violências contra os povos indígenas, o Cimi afirma que, apesar das operações realizadas no primeiro semestre do ano na Terra Yanomami, assassinatos, ataques armados, violências sexuais e aliciamento de indígenas para o garimpo continuam ocorrendo no território.
Na avaliação da coordenadora colegiada do Cimi Regional Norte I, Gilmara Fernandes, os dados do relatório demonstram um cenário “extremamente grave e crescente em Roraima”. Para ela, os números apresentam a violência institucionalizada do estado diante dos povos indígenas.
“Quando você não combate, quando você não inibe, quando você não aplica a Constituição Federal que garante a questão da demarcação dos territórios, a fiscalização e proteção, você dá uma margem para que esse territórios sejam invadidos de diversas formas”.
O vice-tuxaua do Conselho Indígena de Roraima (CIR) — que atua em 35 terras indígenas, Enock Taurepang, aponta que a falta de políticas públicas para coibir a violência contra os povos indígenas contribui para Roraima liderar o ranking. Enock destaca que onde as lideranças indígenas procuram segurança, não encontram.
“Se tem ela demora muito a chegar quando ela chega muitas vezes já aconteceu o caso concreto, já aconteceu a morte da liderança, a liderança já teve que sair da própria comunidade para poder sobreviver […] Eles [governantes] têm que parar para refletir e parar para fazer um planejamento de fato que faz com que a sociedade indígena e suas lideranças possam ser protegidas”, sugeriu.
O relatório mostra que dos 208 assassinatos de indígenas que ocorreram no Brasil, a maioria das vítimas são homens (179). Por faixa etária, a maioria das vítimas tinham entre 20 a 59 anos (172).
Mortes de crianças e violência sexual
Além disso, Roraima também ocupou a segunda posição no ranking de números de casos de violência sexual contra indígenas, com 5 casos. No total, o relatório contabilizou 23 casos, nos estados do Amazonas (2), Bahia (1), Maranhão (2), Mato Grosso (1), Mato Grosso do Sul (8) e Minas Gerais (1), Paraná (1).
No estado, o documento resgatou o caso da menina Yanomami que foi vítima de estupro coletivo após ser embriagada em dezembro de 2023. Também cita o caso de uma mulher grávida, de 32 anos, foi vítima de um estupro coletivo em Uiramutã, no Norte de Roraima.
Roraima também está na segunda posição de casos de mortes de crianças de 0 a 4 anos, com 179 casos, seguido de Mato Grosso (124). Amazonas lidera o ranking, com 295 mortes. Juntos, os três somam 57,5% do total de mortes registradas no ano. No total, foram 1040 óbitos de crianças indígenas.
Desde 1972, o Cimi, em parceria com a CNBB, atua na promoção da diversidade étnico-cultural e dos direitos dos indígenas. O Conselho, com sede em Brasília, conta com 11 regionais espalhadas pelo país e atua junto a mais de 180 povos originários em todos os 26 estados.
*Com colaboração de Carlos Barroco e Alessandro Leitão, da Rede Amazônica
Leia outras notícias do estado no g1 Roraima. Levantamento é do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Ao todo, em 2023, foram 47 assassinatos. Roraima lidera número de assassinatos de indígenas em 2023, aponta relatório do Cimi
Roraima liderou o número de assassinatos de indígenas em 2023 com 47 casos, de acordo com o relatório “Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil”. O levantamento é do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
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Os dados do Cimi são obtidos junto à Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), o Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM), às secretarias estaduais de saúde e de informações obtidas junto à Sesai via Lei de Acesso à Informação (LAI). O relatório foi lançado na última segunda-feira (22).
O documento destaca a morte do agente de saúde Yanomami, que morreu em abril do ano passado durante um ataque a tiros de garimpeiros na comunidade Uxiu. Na mesma ocasião, outros dois jovens ficaram feridos e um deles morreu quatro meses depois devido aos ferimentos causados pela bala.
Ao mencionar os casos de violências contra os povos indígenas, o Cimi afirma que, apesar das operações realizadas no primeiro semestre do ano na Terra Yanomami, assassinatos, ataques armados, violências sexuais e aliciamento de indígenas para o garimpo continuam ocorrendo no território.
Na avaliação da coordenadora colegiada do Cimi Regional Norte I, Gilmara Fernandes, os dados do relatório demonstram um cenário “extremamente grave e crescente em Roraima”. Para ela, os números apresentam a violência institucionalizada do estado diante dos povos indígenas.
“Quando você não combate, quando você não inibe, quando você não aplica a Constituição Federal que garante a questão da demarcação dos territórios, a fiscalização e proteção, você dá uma margem para que esse territórios sejam invadidos de diversas formas”.
O vice-tuxaua do Conselho Indígena de Roraima (CIR) — que atua em 35 terras indígenas, Enock Taurepang, aponta que a falta de políticas públicas para coibir a violência contra os povos indígenas contribui para Roraima liderar o ranking. Enock destaca que onde as lideranças indígenas procuram segurança, não encontram.
“Se tem ela demora muito a chegar quando ela chega muitas vezes já aconteceu o caso concreto, já aconteceu a morte da liderança, a liderança já teve que sair da própria comunidade para poder sobreviver […] Eles [governantes] têm que parar para refletir e parar para fazer um planejamento de fato que faz com que a sociedade indígena e suas lideranças possam ser protegidas”, sugeriu.
O relatório mostra que dos 208 assassinatos de indígenas que ocorreram no Brasil, a maioria das vítimas são homens (179). Por faixa etária, a maioria das vítimas tinham entre 20 a 59 anos (172).
Mortes de crianças e violência sexual
Além disso, Roraima também ocupou a segunda posição no ranking de números de casos de violência sexual contra indígenas, com 5 casos. No total, o relatório contabilizou 23 casos, nos estados do Amazonas (2), Bahia (1), Maranhão (2), Mato Grosso (1), Mato Grosso do Sul (8) e Minas Gerais (1), Paraná (1).
No estado, o documento resgatou o caso da menina Yanomami que foi vítima de estupro coletivo após ser embriagada em dezembro de 2023. Também cita o caso de uma mulher grávida, de 32 anos, foi vítima de um estupro coletivo em Uiramutã, no Norte de Roraima.
Roraima também está na segunda posição de casos de mortes de crianças de 0 a 4 anos, com 179 casos, seguido de Mato Grosso (124). Amazonas lidera o ranking, com 295 mortes. Juntos, os três somam 57,5% do total de mortes registradas no ano. No total, foram 1040 óbitos de crianças indígenas.
Desde 1972, o Cimi, em parceria com a CNBB, atua na promoção da diversidade étnico-cultural e dos direitos dos indígenas. O Conselho, com sede em Brasília, conta com 11 regionais espalhadas pelo país e atua junto a mais de 180 povos originários em todos os 26 estados.
*Com colaboração de Carlos Barroco e Alessandro Leitão, da Rede Amazônica
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