A diretora do Programa de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (PDDHC) da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), Socorro Santos, participou, nesta sexta-feira (25), do fórum “Saúde Mental: atenção e cuidado multidisciplinar na Educação Básica”, promovido pela Secretaria Estadual de Educação (Seed) e direcionado a gestores, coordenadores e professores orientadores da capital, interior e áreas indígenas.
Com o tema “Modos do crime e medidas de proteção no tráfico e exploração de pessoas”, Santos apresentou o trabalho desenvolvido pelo Parlamento junto à comunidade escolar, por meio do projeto “Educar é Prevenir”, que alerta sobre a realidade do crime no Estado e as principais formas de prevenção, combate e canais de denúncia.
Segundo a diretora, trazer essas informações e sensibilizar o público-alvo — que está dentro da escola, uma das portas de entrada do tráfico — de forma educativa faz com que esses profissionais reflitam sobre seu papel dentro da instituição de ensino.
“Também esclarece como esses profissionais podem atender essa criança/adolescente, validar sua palavra, fazer com que ele(a) seja acolhido(a), escutado(a), e de que forma vou realizar essa escuta, criar minha relação e esse elo invisível entre aluno, professor e gestor. Hoje, trouxemos a realidade de nossa atuação na Assembleia Legislativa para dentro da Seed, com um trabalho único, abordando questões de violência sexual, abuso, exploração e tráfico de pessoas”, destacou Socorro.
Degival Alves de Melo, professor orientador do Colégio Estadual Militarizado Severino Cavalcante, lida com diversas demandas relacionadas ao tema discutido pela diretora do PDDHC. Para ele, as palestras apresentadas no fórum são essenciais, pois fornecem informações que orientam as ações dos servidores da Educação no ambiente escolar.
“Infelizmente, isso ocorre diariamente nas escolas. Junto com a Dipse [Divisão de Desenvolvimento Psicossocial Escolar], que nos oferece toda a expertise e treinamento para aplicar os protocolos necessários, adquirimos, com o tempo, essa capacidade de tratar, acolher e cuidar, além de lidarmos com diversas outras questões que chegam pela orientação. Todo conhecimento que recebemos nesse sentido é muito bem-vindo para nossa formação profissional, para melhor acolher, entender e tomar decisões”, avaliou o professor.
Para a psicóloga Sirlene Souza dos Santos, uma das organizadoras do evento, discutir essa temática no ambiente escolar é essencial, pois trata de uma questão urgente e relevante, considerando o que a coordenação escuta e acompanha nas escolas.
“A abordagem da atenção e cuidado multidisciplinar foi escolhida porque, ao lidarmos diretamente com as demandas desses alunos em questões de saúde mental, há muitos outros atores que podem contribuir com esse processo. Não é somente a escola. A Educação pode identificar as demandas, mas é necessária uma rede de apoio que ofereça suporte, incluindo tratamentos, se for o caso. Neste fórum, estamos felizes em compartilhar situações oriundas da educação que impactam toda a sociedade”, pontuou.
PDDHC
O projeto teve início em 2017 e visa ao empoderamento efetivo da comunidade escolar (gestores, alunos, professores, servidores efetivos e terceirizados e a comunidade em geral), capacitando-os para atuar no enfrentamento ao tráfico de pessoas e suas diversas modalidades no Estado de Roraima, gerando conhecimento, habilidades e promovendo mudanças de concepções e práticas.
Neste ano, pelo menos 3 mil alunos de cinco escolas da capital participaram do projeto. Na última quinta-feira (24), o ciclo de atividades foi encerrado no Colégio Estadual Militarizado Dr. Luiz Rittler Brito de Lucena, com a presença de mais de 800 estudantes.
Para denunciar violações dos direitos humanos, basta procurar atendimento na sede do Programa, na Rua Coronel Pinto, nº 524, Centro, de segunda a sexta-feira, em horário comercial, pelo número (95) 98402-1493 ou pelos e-mails: programapdhc@gmail.com e traficodepessoas.rr@gmail.com. Outras opções incluem os Disques 100 e 180; Polícia Civil no 181; Polícia Rodoviária Federal no 3621-1515; e a plataforma on-line do Sistema IPÊ – Trabalho Escravo: ipe.sit.trabalho.gov.br.
Texto: Suzanne Oliveira
Fotos: Alfredo Maia
SupCom ALE-RR