Em sessão desta terça-feira (12), no plenário Noêmia Bastos Amazonas, a deputada Catarina Guerra (União) usou a tribuna para tratar de um tema que ganhou repercussão nacional: a adultização de crianças e adolescentes. A discussão foi impulsionada por um vídeo publicado pelo influenciador Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, que criticou a exposição precoce de menores, especialmente nas redes sociais, a conteúdos e comportamentos próprios de adultos.
A parlamentar destacou que, embora a regulamentação da internet e das redes sociais seja de competência federal, o tema exige atuação integrada e proativa também dos legislativos estaduais. Ela disse que apresentou projeto de lei na Casa Legislativa, com o objetivo de prevenir a sexualização precoce de crianças e adolescentes.
“Protocolei um projeto para que possamos atuar de forma integrada com todos os órgãos competentes. É fundamental que as escolas assumam um papel ativo, como já prevê outro projeto, de autoria da deputada Tayla [Peres], para proibir o uso de músicas e temas que estimulem a sexualização precoce. Precisamos proteger a infância das nossas crianças. Isso não é opcional e deve ser agora”, enfatizou Catarina.
A parlamentar também alertou sobre os impactos da exposição nas mídias sociais no futuro de crianças e adolescentes, citando como exemplo a Operação Final Fight, realizada recentemente em Roraima.
“Não podemos ser omissos, pois isso também acontece aqui em Roraima. Poucos dias atrás, vimos a Operação Final Fight, que investigou casos em que adultos organizavam rinhas envolvendo adolescentes, sendo o prêmio uma menina de 13 anos. Colocar menores nesse tipo de ambiente é fazê-los perder a essência e a infância, e isso está acontecendo diante de nós”, lamentou.
Em aparte, a deputada Tayla Peres (Republicanos) parabenizou a colega por levar o tema ao plenário e informou que também apresentou uma proposição sobre o assunto.
“Precisamos nos unir, porque vemos que nossos filhos, crianças e adolescentes, enfrentam desafios diferentes a cada fase. A tecnologia avança todos os dias, e isso preocupa. O meu projeto busca instituir, no âmbito estadual, a Semana de Prevenção à Adultização Infantil. Quero convidá-la, assim como aos demais parlamentares, para unirmos forças e ampliarmos o debate”, pontuou Tayla.
Ao encerrar a fala, Catarina reforçou que o enfrentamento ao problema deve ser construído de forma coletiva. “A adultização está antecipando etapas e roubando a infância das nossas crianças. Isso as expõe e as coloca em risco de abuso e exploração. Precisamos nos unir para combater e evitar que isso aconteça”, concluiu.
Texto: Anderson Caldas
Fotos: Jader Souza
SupCom ALE-RR