Grupos têm tentado aproximação para a criação de um governo único para territórios palestinos. Há quase 20 anos, acirramento de disputa política provocou guerra entre Hamas e Fatah na Faixa de Gaza. Homem segura bandeira da Palestina durante confronto com forças de Israel, em 27 de janeiro de 2023
Mohammed Salem/Reuters
Hamas, Fatah e outras facções palestinas assinaram um acordo para encerrar divisões e estreitar laços, nesta terça-feira (23). Uma declaração foi feita durante um encontro Pequim e teve mediação da China.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Pelo menos 14 grupos participaram de uma reunião conjunta entre domingo (21) e esta terça-feira. O diálogo terminou com a assinatura de uma declaração conjunta pela união.
Até a última atualização desta reportagem, outros detalhes do acordo não haviam sido divulgados.
Hamas e Fatah são os dois principais grupos palestinos e possuem um histórico de desavenças. Diferentemente do Hamas, o Fatah reconhece a existência de Israel e acredita numa solução de dois Estados para convivência pacífica.
Nas eleições de 2006, o Hamas conquistou a maioria das cadeiras para o Conselho Nacional Palestino. Isso possibilitaria ao grupo a formação de um governo dos territórios palestinos. Porém, a vitória não foi aceita por Israel e pela União Europeia, que financiavam em parte a Autoridade Palestina.
Os países impuseram sanções, o que acirrou a rivalidade entre os partidos locais. Tanto que o Fatah dissolveu o conselho, ficando com o controle da Autoridade Palestina na Cisjordânia, enquanto o Hamas formou um governo próprio e tomou controle da Faixa de Gaza.
Além disso, a crise resultou em uma guerra em 2007. Centenas de pessoas morreram ou ficaram feridas. O conflito terminou com a expulsão do Fatah da Faixa de Gaza.
Em 2017, os dois grupos chegaram a um novo acordo para formar um governo de unidade na Faixa de Gaza. No entanto, divergências entre Fatah e Hamas perduraram.
Neste ano, uma nova aproximação foi iniciada entre os grupos no contexto da guerra com Israel. O objetivo é criar novamente um governo único para todos os territórios palestinos.
Os Estados Unidos, por exemplo, pressionam a Autoridade Palestina controlada pelo Fatah a ter uma presença legítima e estrutura política para governar a Faixa de Gaza.
Por outro lado, Israel afirma que, por razões de segurança, não aceitará o domínio da Autoridade Palestina sobre Gaza após a guerra.
LEIA TAMBÉM
Ataque de Israel deixa ao menos 70 mortos e 200 feridos em Gaza, diz governo do Hamas
Corte Internacional de Justiça ordena que Israel encerre ocupação em territórios palestinos ‘o mais rápido possível’
VÍDEO: Drone atinge prédio em Tel Aviv mata um e deixa feridos; Houthis reivindicam autoria
Hamas e Fatah
O nome Hamas é um acrônimo árabe para o “Movimento de Resistência Islâmica”. É considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos, União Europeia e Israel.
O Hamas foi criado em 1987 durante a primeira intifada, que foi um levante palestino contra a ocupação israelense. É um grupo fundamentalista islâmico e nacionalista, que atua em Gaza.
O grupo terrorista venceu as eleições em 2006 após derrotar o grupo rival Fatah, expulso da Faixa de Gaza em 2007. O Hamas não aceita a existência de Israel no território e comentou uma série de atentados terroristas, como o do dia 7 de outubro de 2023.
Já o Fatah “Movimento de Libertação Nacional da Palestina”. Foi fundado no Kwait em 1959 por integrantes da diáspora palestina, e é considerado o maior partido político palestino, apesar de ter um braço militar.
O Fatah é nacionalista, laico e atua na Cisjordânia. É o maior grupo da Organização para a Libertação Palestina (OLP), entre os principais nomes que passaram pelo grupo estão Yasser Arafat e Mahmoud Abbas.
VÍDEOS: mais assistidos do g1 Grupos têm tentado aproximação para a criação de um governo único para territórios palestinos. Há quase 20 anos, acirramento de disputa política provocou guerra entre Hamas e Fatah na Faixa de Gaza. Homem segura bandeira da Palestina durante confronto com forças de Israel, em 27 de janeiro de 2023
Mohammed Salem/Reuters
Hamas, Fatah e outras facções palestinas assinaram um acordo para encerrar divisões e estreitar laços, nesta terça-feira (23). Uma declaração foi feita durante um encontro Pequim e teve mediação da China.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Pelo menos 14 grupos participaram de uma reunião conjunta entre domingo (21) e esta terça-feira. O diálogo terminou com a assinatura de uma declaração conjunta pela união.
Até a última atualização desta reportagem, outros detalhes do acordo não haviam sido divulgados.
Hamas e Fatah são os dois principais grupos palestinos e possuem um histórico de desavenças. Diferentemente do Hamas, o Fatah reconhece a existência de Israel e acredita numa solução de dois Estados para convivência pacífica.
Nas eleições de 2006, o Hamas conquistou a maioria das cadeiras para o Conselho Nacional Palestino. Isso possibilitaria ao grupo a formação de um governo dos territórios palestinos. Porém, a vitória não foi aceita por Israel e pela União Europeia, que financiavam em parte a Autoridade Palestina.
Os países impuseram sanções, o que acirrou a rivalidade entre os partidos locais. Tanto que o Fatah dissolveu o conselho, ficando com o controle da Autoridade Palestina na Cisjordânia, enquanto o Hamas formou um governo próprio e tomou controle da Faixa de Gaza.
Além disso, a crise resultou em uma guerra em 2007. Centenas de pessoas morreram ou ficaram feridas. O conflito terminou com a expulsão do Fatah da Faixa de Gaza.
Em 2017, os dois grupos chegaram a um novo acordo para formar um governo de unidade na Faixa de Gaza. No entanto, divergências entre Fatah e Hamas perduraram.
Neste ano, uma nova aproximação foi iniciada entre os grupos no contexto da guerra com Israel. O objetivo é criar novamente um governo único para todos os territórios palestinos.
Os Estados Unidos, por exemplo, pressionam a Autoridade Palestina controlada pelo Fatah a ter uma presença legítima e estrutura política para governar a Faixa de Gaza.
Por outro lado, Israel afirma que, por razões de segurança, não aceitará o domínio da Autoridade Palestina sobre Gaza após a guerra.
LEIA TAMBÉM
Ataque de Israel deixa ao menos 70 mortos e 200 feridos em Gaza, diz governo do Hamas
Corte Internacional de Justiça ordena que Israel encerre ocupação em territórios palestinos ‘o mais rápido possível’
VÍDEO: Drone atinge prédio em Tel Aviv mata um e deixa feridos; Houthis reivindicam autoria
Hamas e Fatah
O nome Hamas é um acrônimo árabe para o “Movimento de Resistência Islâmica”. É considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos, União Europeia e Israel.
O Hamas foi criado em 1987 durante a primeira intifada, que foi um levante palestino contra a ocupação israelense. É um grupo fundamentalista islâmico e nacionalista, que atua em Gaza.
O grupo terrorista venceu as eleições em 2006 após derrotar o grupo rival Fatah, expulso da Faixa de Gaza em 2007. O Hamas não aceita a existência de Israel no território e comentou uma série de atentados terroristas, como o do dia 7 de outubro de 2023.
Já o Fatah “Movimento de Libertação Nacional da Palestina”. Foi fundado no Kwait em 1959 por integrantes da diáspora palestina, e é considerado o maior partido político palestino, apesar de ter um braço militar.
O Fatah é nacionalista, laico e atua na Cisjordânia. É o maior grupo da Organização para a Libertação Palestina (OLP), entre os principais nomes que passaram pelo grupo estão Yasser Arafat e Mahmoud Abbas.
VÍDEOS: mais assistidos do g1 G1