O processo de produção e gravação durou cerca de uma semana. Conforme o jornalista Willians Dias, a ideia é mostrar os resultados do instituto junto aos povos indígenas, além de como se deu a sua criação, até chegar aos dias atuais.
“Queremos mostrar os impactos positivos e como isso tem auxiliado na formação superior indígena e de que forma esse resultado chega, não só para essas pessoas, mas também para a população roraimense como um todo”, salientou Dias.
A equipe foi até à comunidade indígena Canauanim, no município de Cantá, localizada a quase 30 quilômetros de Boa Vista, onde conversou com professores que participaram das articulações para que a organização saísse do papel, acadêmicos em fase de formação e alunos egressos que hoje em dia atuam na profissão que escolheram.
“Lá existem professores que lecionam na Escola Estadual Indígena Tuxaua Luiz Cadete, formados pelo Insikiran e que agora transmitem aos alunos os ensinamentos que foram repassados a eles na universidade, que vai desde o ensino formal e técnico até a valorização da cultura, hábitos e tradições dos povos originários, como conhecimentos sobre arco e flecha, biojoias, entre outros. São costumes que tentam não se perder nesse contexto todo de influência não indígena dentro desses locais”, detalhou.
Para a diretora da TV e Rádio Assembleia, Camila Dall’Agnol, o instituto presta um serviço fundamental para a educação indígena e para garantir que esses alunos permaneçam o mais tempo possível nas comunidades e que só migrem para os centros urbanos para se capacitar em alguma coisa que não exista na comunidade.
“A gente viu a importância do Insikiran em mostrar como funciona o ciclo de formação do professor dentro da universidade, na comunidade e assim por diante, lembrando que Roraima é o único Estado que possui um instituto numa universidade federal voltado unicamente para a formação de professores indígenas e o único que tem um plano de cargos, carreiras e remuneração (PCCR) de forma separada da educação tradicional. O telespectador verá como essas políticas públicas têm sido benéficas para a educação dos povos indígenas”, ressaltou.
A reportagem completa vai ao ar dia 22 deste mês, também no Assembleia Informa, com transmissão ao vivo e simultânea no YouTube.
Ficha técnica:
Reportagem: Willians Dias
Produção: Priscila Araújo
Imagens: Claudinei Sampaio e Emackson Sarmento
Apoio técnico e drone: Ralyson Ramires
Edição de imagens: Marcelo Fernandes
Revisão: Camila Dall’Agnol e Johann Barbosa
Edição de texto: Camila Dall’Agnol
Diretora de TV e Rádio assembleia: Camila Dall’Agnol
Superintendente de Comunicação: Sônia Lúcia Nunes
Documentários
A emissora do parlamento, sob o comando da Superintendência de Comunicação, já produziu outras obras do gênero, como a “Kauwê: Empreendedorismo e Desenvolvimento Sustentável em Terra Indígena” e a “Raposa Serra do Sol: Cultura e História”.
A primeira narra os atrativos da comunidade, como a produção própria de café, alimentos e o potencial turístico local. A outra aborda a cultura na região, que fica à noroeste do Estado, no município de Normandia, distante 180 quilômetros da capital.
Os curtas de 2022 e 2023 detalham as belezas naturais locais e outros aspectos, como o econômico, artesanato, culinária, turismo, entre outros, e estão disponíveis no canal da Assembleia Legislativa no YouTube (Assembleiarr).
Legislação
Lei nº 279/2000 – dispõe sobre a criação da Secretaria de Estado do Índio, de autoria do Poder Executivo;
Lei nº 864/2012 – dispõe sobre o Programa Estadual de Incentivo à Produção em Comunidades Indígenas, de autoria dos ex-deputados Chico Guerra e Jalser Renier;
Lei nº 942/2013 – institui o Programa de Incentivo e Apoio à Produção Agrícola Familiar e Indígena no Estado de Roraima, de autoria do Poder Executivo;
Lei nº 1180/2017 – institui o Dia Estadual do Professor Indígena, de autoria da ex-deputada Lenir Rodrigues;
Lei nº 1591/2021 – dispõe sobre a criação do Selo de Qualidade Artesanal Indígena para atestar e incentivar o consumo de produtos indígenas produzidos em Roraima, de autoria da ex-deputada Yonny Pedroso;
Lei nº 1594/2021 – dispõe sobre a instituição de Programa de Certificação do Artesanato Indígena no Estado, de autoria da ex-deputada Yonny Pedroso;
Lei nº 1848/2023 – cria o Plano Estadual de Desenvolvimento Florestal para Agricultura Familiar e Agricultura Familiar Indígena de Roraima – PANDEFLORR – e o Fundo Estadual de Desenvolvimento Florestal para Agricultura Familiar e Agricultura Familiar Indígena no Estado de Roraima – FUNDEFLORR -, de autoria do Poder Executivo;
Lei nº 1860/2023 – concede isenção da taxa de expedição da segunda via da carteira de identidade aos integrantes de comunidades ribeirinhas e indígenas de Roraima, acrescenta o Art. 132-C à Lei nº 59, de 28 de dezembro de 1993, que dispõe sobre o sistema tributário estadual e dá outras providências, de autoria do deputado Marcos Jorge (Republicanos);
Lei nº 1860/2023 – institui a Semana da Mulher Indígena no âmbito do Estado de Roraima, de autoria do deputado Dr. Meton (MDB).
A data
Os povos indígenas têm seu dia comemorado anualmente em 19 de abril desde 1943. Além de mostrar a diversidade cultural que o Brasil possui, a data também celebra a luta pela defesa e conquistas de seus direitos, como o da demarcação de terras e combate ao preconceito.
Durante décadas, a data foi intitulada como “Dia do Índio”, o que, por muito tempo, desagradou a comunidade indígena, que via a palavra índio como um termo pejorativo e preconceituoso. Em 2022, após a aprovação pelo Congresso Nacional do Projeto de Lei (PL) nº 5.466/2019 e sanção do então presidente Bolsonaro, a nomenclatura foi alterada para Dia dos Povos Indígenas.
Texto: Suzanne Oliveira
Fotos: Alfredo Maia
SupCom ALE-RR