A infância de pessoas autistas requer ainda mais incentivo para garantir um desenvolvimento saudável e inclusivo. Por isso, a Prefeitura de Boa Vista promove nesta terça-feira, 27, o 2º IntegraTEA, no Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista da Rede Municipal de Ensino (CETEA). Os pequenos participam de diversas atividades, como cozinha experimental, cinema, brincadeiras, música e muito mais. No período da tarde, o evento será das 14h às 16h30
Ter uma rotina e participar dos momentos de integração com outras pessoas é essencial para a socialização. No CETEA, a criançada recebe atendimento de uma equipe multiprofissional, que inclui psicólogos, fisioterapeutas, educadores físicos, fonoaudiólogos, professores pedagogos e arte-educadores, além de uma brinquedoteca para auxiliar na aprendizagem.
“Esse evento é voltado para as crianças que normalmente têm atendimento individualizado às terças-feiras. Organizamos encontros como este em dias diferentes da semana, pois atendemos grupos distintos a cada dia. Temos oficinas que trabalham questões sociais, psicomotoras e sensoriais. Isso incentiva a comunicação das crianças e gera inclusão social”, contou a gestora do CETEA, Sandra Nobre.
Observar os comportamentos das crianças é essencial para buscar suporte
O pequeno Arthur Silvestre tem 6 aninhos e é atendido no CETEA há cinco meses. Ele foi diagnosticado com três anos e 11 meses, após a mãe Rosilene Teixeira observar que o bebê apresentava comportamentos diferentes do irmão. A professora de 39 anos relatou que, em cinco meses de acompanhamento, ela já consegue identificar as mudanças positivas no comportamento do filho.
“Arthur estuda na Delacir de Melo Lima e, para mim, é um privilégio ter conseguido uma vaga no CETEA. Como mãe, o acompanhamento profissional é fundamental para saber qual é a melhor forma de lidar com o meu filho. Houve uma mudança de professores na escola e isso o afetou. Quem me orientou sobre o que fazer foi a psicóloga do Centro. Sempre recebemos apoio ao sinal de qualquer dificuldade”, disse a mãe.
Empatia e cuidado profissional
Para Vanessa Ramirez, de 31 anos, os profissionais do CETEA sabem como atender às necessidades das crianças e demonstram muito carinho e muita dedicação com o seu filho, Fabihan Michelli, de apenas 7 aninhos. Aos três anos, Fabihan se comunicava apenas com sons, pois não emitia palavras. Ele foi diagnosticado aos quatro anos.
“Fabihan está no CETEA há um ano. Antes, ele tinha dificuldades para comer, brincar e aprender, mas com o suporte que recebe no Centro, tudo isso foi melhorando aos poucos. É um processo longo. Hoje, noto uma diferença significativa e sou eternamente grata por isso. Ele escuta, entende e se comunica da própria maneira”, relatou Vanessa.
INCLUSÃO SOCIAL – O CETEA possui 10 turmas e atende crianças autistas das escolas municipais, a partir de dois anos. O atendimento é individual e a necessidade de cada criança é analisada e identificada pelos profissionais durante a matrícula. O acompanhamento desde a infância faz uma diferença significativa para as crianças autistas, como foi relatado pelas mamães Rosilene e Vanessa.